terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Homem com H - 2

Aos 25 dias de janeiro do recente 2017, nos reunimos novamente, agora para continuar a falar do tema da semana passada - a igualdade de gêneros - assunto que traz muitos outros recortes e temas, como a violência contra a mulher, o machismo e o empoderamento feminino. Trouxemos matérias de jornais e internet.

 - Jornal A Tribuna de domingo, 22 de Janeiro, com a manchete: "Marcha das Mulheres protesta contra Trump". Lida por Radyr.

Ao conversarmos sobre o que foi lido, suscitamos algumas questões:

- O porquê de precisarmos defender a igualdade
- O empoderamento feminino, a necessidade de se lutar por acesso e oportunidades iguais as do homens
- O racismo e intolerância, e a violência contra a mulher
- O que isso tem a ver com saúde

Elvira: "Não há ninguém que defenda (essa igualdade), senão o povo, indo às ruas. E citou Max Stirner: -  A liberdade não pode ser concedida: precisa ser conquistada! -

Sílvia: "Estamos vivendo um retrocesso."

Radyr: "Homens e mulheres devem ser tratados de igual para igual."

Elvira: "A política funciona apenas na ilha da fantasia. João Dória se vestiu de gari, mas foi ridículo. Já Crivella, doou sangue, que é louvável. Mas eles não vivem a realidade do povo."

Voltando ao tema da igualdade de gênero, foram levantadas as questões do salário menor da mulher em relação ao do homem, e Sílvia disse que o país tem sido mais democrático na questão desde a eleição de Dilma, e que não gosta de política. Discutiram-se também as profissões masculinas e femininas.

Elvira: "Cada partido tem de ter um percentual mínimo de mulheres, pois são menos respeitadas que o homem."

E por que, então a mulher não gosta de política? Porque não lhe deram voz, porque a sociedade não a prepara para isso - ouvimos, durante as discussões.

 - "Uma pandemia de violência contra as mulheres" - Maria R. Sahuquillo, do El País Brasil. (http://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/25/internacional/1480029683_305806.html). Lida por Alfredo.

Na matéria, lemos que no mundo, a cada dez minutos, uma mulher morre, vítima de violência, e das mutilações genitais que ainda acontecem ao redor do mundo. O assunto tomou corpo, e as situações de violência e abuso foram mais expostas:

Ana Luiza: "Tenho uma amiga que ia ser abusada, e que conseguiu escapar, mas foi chamada de sapatão."

Sílvia trouxe a história de Barbara Penna, que sofreu violência e viu seus filhos serem mortos pelo parceiro. Disse de sua relação com Maria da Penha, que deu nome à lei que protege as pessoas da violência doméstica. (Um pouco de sua história: http://www.compromissoeatitude.org.br/violencia-a-mulher-tragedias-anunciadas-cedaw-17032014/)

Elvira: "A lei (Ma. da Penha) surgiu para proteger a mulher, que ainda tem medo de ser exposta.

Victor: "Quem sofre violência é que se esconde. Mundo virado de cabeça para baixo esse, não?"

Ana Luiza: "Apanhei do meu ex-marido e fui à delegacia. Lá eu fui acolhida e ele teve de sair de casa."

Sílvia: "Meu avô batia em minha avó e isso era uma coisa que as pessoas aceitavam na época."

Elvira disse que conheceu uma amiga que apanhou do namorado no colégio, Radyr contou de uma cena que presenciou a violência contra a mulher e sentiu vontade de ajudar e Victor falou de um episódio em que a mulher ficou com medo de ir à polícia após ser agredida. Em algumas vezes, discorremos que a polícia não toma providências.

Elvira trouxe o assunto das culturas diferentes pelo mundo em relação à mulher e à determinação de seus papeis, de suas funções, citando a cigana e a indiana, e o mal físico e psicológico que essas tradições que oprimem a mulher podem causar.

Sílvia: "A mulher que não tem estudo não larga o marido quando sofre violência, pois não tem para onde ir.

A partir do que foi discutido, paramos um pouco para perceber o quanto estávamos mexidos, incomodados com as histórias que contávamos ali, e ao percebermos o quanto elas estão presentes, ficamos impressionados.

Radyr: "Senti muita revolta"

Elvira: "Reflexão sobre a realidade"

Alfredo: "E muitas vezes, fazem brincadeiras sobre o assunto."

Miriam: "Através disso, pode banalizar e minimizar a situação, como quando é dito da mulher que é bonita e burra."

Ana Luiza: "Eu sou bonita, e na minha faculdade, eu ia bem."

Ron: "Quando tive relação com uma mulher, ela pediu para que eu batesse nela e eu não tive coragem."

Ana e Elvira conversaram sobre o fetiche e a fantasia versus a violência - que vai até o querer até a invasão do direito do outro

Maria Bernadete: "Mas daquilo todo mundo gosta."

Elvira trouxe também as frases comuns que são ouvidas por aí afora: "Mulher gosta de apanhar".

Miriam: "Mas essa violência não é só física." e Radyr disse que elas também podem ser verbais.

Victor: "A piada, o riso pode perpetuar esse comportamento, de todos nós."

Elvira: "Muitas vezes, a violência é praticada por pessoas próximas."

Ana Paula: "O bullying é praticado por quem é inseguro."

Miriam: "Nós somos como aquele estudo que fizeram com as plantas, crescemos com afeto, com palavras boas e amor."

Por fim, trouxemos que a mobilização e o falar sobre isso é fundamental para promover essa igualdade e construir o saber coletivo do nosso blog!

https://www.youtube.com/watch?v=clwLKJ294u4

https://www.youtube.com/watch?v=strULCWBdK0
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Homem com H?

Iniciamos mais uma manhã em que discutimos diversos temas para poder escrever aqui: entre a igualdade de gêneros, o esforço dos funcionários da saúde e "o ter e o ser", escolhemos a igualdade de gêneros ("A dominação das mulheres")
Como aquecimento, Elvira leu um trecho da coluna de Maurício Zomignani, Assistente Social, que falava sobre as formas de viver, e questionava: -Viver mais ou viver melhor?
Alfredo trouxe o tema para falar que a quantidade de lugares no mercado de trabalho para as mulheres tem crescido, e conversou-se sobre o empoderamento feminino ao longo dos anos e constatou-se que, apesar das vagas estarem crescendo, a diferença de salários permanece.

Passamos então a conversar sobre machismo e feminismo e todos quiseram opinar. Quanto ao que era o machismo, discutimos:

Manoel: "É a pessoa ser dura, rígida."
Ana Luiza: "Machismo são os homens que não aceitam que a mulher goze."
Elvira: "Existem rituais na África para esterilizarem as mulheres. Para mim, o machismo é quando o homem tem o papel de provedor e decisório, além de restritivo. As tarefas domésticas, coisas de homem e coisas de mulher também fazem parte dessa questão."
Radyr e Maisa concordaram em dizer que o machismo é simplesmente a dominação do sexo masculino na sociedade.
Rontauzer: "Prefiro os direitos iguais."

Quanto ao feminismo, conversamos:

Marcelo Damião: "É a mesma coisa, só que da mulher."
Elvira: "É um movimento contra essa história de dominação, lembram-se de quando queimaram os sutiãs nos Estados Unidos?"
Victor: "Em contrapartida, o feminismo não tem o objetivo de uma dominação feminina, mas sim de assegurar a igualdade de gêneros."
Ana Luiza relembrou a questão dos salários, onde homens e mulheres que trabalham na mesma função recebem rendimentos diferentes.
Elvira e Ana Luiza trouxeram que as diferenças ocorrem desde a infância, traçando estereótipos para ambos os sexos: para os meninos, o azul, a força, e os bonecos de guerra e para as meninas, a boneca-filha, o brincar de casinha, o fogão e a cor rosa. Conversamos também sobre a educação que recebemos quando crianças: aos meninos, o orgulho de seu "piupiu", a experiência e incentivo ao contato com o corpo, e às meninas, a vergonha e o impedimento desse contato.
Victor: "Nós fazemos isso todos os dias, sem perceber, sinal de como isso está na raiz profunda de nossa cultura."
Elvira falou sobre o estupro e a pouca importância que é dada ao assédio, e que essa cultura favorece que permaneça como está, produzindo violência. "O que acontece hoje é que se a mulher anda de roupas curtas, a culpa de ser estuprada é dela."
Discutimos o fato de que no Rio de Janeiro existem vagões só para mulheres, e vários participantes disseram que a educação é fundamental.

Alfredo e Marcelo falaram sobre o anticoncepcional feminino e masculino, além de vasectomia. E o assunto passou a ser direcionado ao sexo, incluindo impotência, gravidez, adoção e importância de cuidado com a saúde do homem e da mulher.

Rontauzer: Eu sofri bastante por não conseguir ter relações, devido ao efeito do remédio.
Fomos ampliando a discussão sobre as diferenças entre os gêneros com a questão: O que se fala quando um homem não consegue ter relações? E quando uma mulher não consegue?

Homem - "Impotente", vergonha por não conseguir, tristeza, derrotado, infértil. Pode levar à "ansiedade e depressão". 
Mulher - "Frígida", "Ainda tem as preliminares", "fria", "de Chico", "ela finge, para não encher o saco".
"O homem, em geral, não consegue e a mulher, não quer, não tem prazer" - o grupo se percebeu falando dessa forma.
Conseguimos a levantar soluções para essas questões: o diálogo, o respeito com o outro, sinceridade, a cumplicidade e expor as fragilidades. Alfredo e Manoel concordaram em que o assunto, polêmico, desperta a vergonha ao conversar.
Rontauzer: "Tem de rolar a química."

O espaço de troca, o encontro é o que cria novas subjetividades, temos de falar sobre esses assuntos, para quebrar as barreiras de fato!

Decidimos que vamos continuar a conversar esse assunto na próxima semana, com matérias, reportagens e trechos de livros.




quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Ano Novo, Corpo Novo

Aos nove dias de Janeiro do ano recém-chegado, 2017, começamos a discutir o tema sugerido por Elvira: "O que eu espero para 2017 e o que 2017 pode esperar de mim"

E então fomos falando do novo ano, falando um pouco de cada um de nós, de como estamos e do que pretendemos.

Alfredo: "Espero de mim mais expressão, de me sentir mais participativo, dizer o que sinto e o que se passa comigo. Chance de voltar a viver de novo. Ter objetivos!"

Elvira: "Mesmo com a crise, alcançar os objetivos usando a criatividade. Continuar ajudando as pessoas, com muita satisfação."

Marcelo: "Paz e saúde! Ginástica?!" Discutimos também novos projetos!"

Victor: "Desejo coisas novas, que minha vida continue a trazer coisas novas, oportunidades para se expressar!"

Sílvia: "Menos pessimismo, mais energia positiva e acreditar. Não que elas salvem o mundo, mas nos ajudam na vida."

João Vitor: "Só quero viver, trazer vida nova e muita saúde."

Celso: "Paz de espírito, porque dinheiro não tem!"

E então, a partir da ginástica e dos novos projetos, começamos a falar do nosso corpo! O que é o nosso corpo?!

Zé Antônio: "Nosso corpo é um templo de Jesus, e o corpo da mulher é muito importante."

Alfredo: "Nosso corpo é ferramenta, de produção e trabalho."

Elvira: "Materialização para conter o nosso espírito, uma casca para a nossa alma."

João Vitor: "É uma máquina de fazer filho!"

Celso: "O nosso corpo é a nossa alma!"

Marcelo Damião: "É um instrumento para trabalho e família."

E propusemos então, um cenário para como funcionamos: E se o nosso corpo agisse antes da mente?

Alfredo: "Daí então passamos a perceber como somos frágeis."

Marcelo Damião trouxe o lema da terapia comunitária: "Quando a boca cala, o corpo fala!"

Elvira: "Nossa expressão corporal diz tudo: é reflexo do pensamento e das experiências do corpo."

Alfredo e João Vitor discutiram sobre os efeitos da medicação em seus corpos: do equilíbrio que traz e dos efeitos colaterais também, assim como efeitos que outras drogas podem trazer ao serem consumidas.

Alfredo: "Sinto. às vezes, o meu corpo definhar."

Victor: "E então, quando não usamos nosso corpo, quando ele vira um acessório da nossa mente, o que fazemos? Como perceber e estar em maior contato com nosso corpo?"

Elvira: "Caminhadas, ouvir música, pintura."

Celso: "Tomar um banho de mar, cozinhar."

Maísa: "Eu também adoro o mar, tomar banho... e dançar."

Zé Antônio: "As atividades de Ioga e ginástica funcional."

Marcelo Damião: "As atividades de casa: lavar louça, fazer comida, deixar tudo limpo."

Victor: "Cozinhar para reorganizar. Como as atividades que fazemos no dia, despertam nossa percepção do corpo, não só de usá-lo, mas estar em contato com ele."

E assim, falando sobre as atividades corporais que estão por vir, encerramos mais uma manhã de troca!

E entre corpos e objetivos para 2017, aqui trazemos imagens, canções e frases:

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” - Eduardo Galeano







Então é Natal!

Aos 12 dias de dezembro de 2016, o grupo reuniu-se para discutir a efervescente questão das festas de fim de ano. Conversamos bastante sobre dois aspectos da questão, ou melhor, dois personagens dessas datas: Jesus Cristo, símbolo máximo da fé cristã, e dos princípios de humildade e amor, e o Papai Noel, que representa o tom comercial que a data tem se tornado.

O Natal é uma mistura de várias culturas diferentes e por ser tão misturado, culmina em uma data comercial: isso é muito visto na decoração na maioria dos lugares, o que leva as pessoas a terem um maior contato com os shoppings, compras, comerciais de televisão, presentes, fartura, entre outros do que com o verdadeiro significado do natal, do nascimento de Jesus Cristo e de sua história.

O grupo inteiro falou sobre as suas impressões e sobre como vê o natal:

Elvira: "Eu vejo também a parte assistencial do Natal, a de ajudar o outro, as pessoas que necessitam."

Márcia: "Todos preocupam-se com trocas de presentes, ceia e 13º (salário). Também é o natal, mas não é seu princípio"

Celsão: "E se Jesus não houvesse nascido no dia de natal? Haveria natal, comércio?

Alynie: "Há deuses vikings, pagãos e de outras culturas que também nasceram no dia 25 de dezembro, por isso o natal é uma mistura de culturas muito antiga. Talvez Jesus não tenha nascido em dezembro e a data só é celebrada nesse dia.

Victor: "As propagandas de natal nos forçam a ter dinheiro e ser felizes: sorrisos bonitos, mesas postas, presentes. As pessoas são forçadas a sentirem-se felizes nesses dias, e se não estão felizes, sentem-se culpadas."

Celsão: "E os presentes?"

Elvira: "Vocês sabem de onde vem o papai noel?" - Conta uma breve história de São Nicolau, que deu origem ao papai noel que conhecemos hoje.

Celsão: "Ele era muito rico e dava presentes para a comunidade e aí que pegou o papai noel."

Elvira e Márcia: "A decoração e a alimentação natalinas não são adequadas para o Brasil, por serem europeias que passam pelo inverno nessa época do ano."

Passamos então a discutir o que esse significa e como podemos fazer para a data ser melhor para as pessoas

Elvira: "Pensar no nascimento de Jesus e ajudar aos outros, todos os dias do ano. Lembrar de como eram felizes os natais antigos, eles trazem nostalgia."

Márcia: "Só fazer isso no Natal é hipocrisia."

Alynie: "Mas isso não pode ser uma nova chance? Eu aprendi aqui no CAPS que podemos ter essa nova chance, apesar de ser uma data que nos deixa triste"

Discutimos então quais estratégias podemos ter para que possamos "ficar de boa" nessas datas

Elvira: "Estar de coração aberto e ler o evangelho."

Sílvia: " Pensar mais no presente, viver o presente."

Alynie: "Ser recíproco com o sentimento do outro, mas o sentimento de perdão é seu."

Márcia: "Dormir dia 24 e acordar dia 26. - Todos riram - Conectar-se com as pessoas, estar com pessoas mais velhas."

Zé Antônio: "A união e o amor de quem está perto."

Marcelo Damião: "Um salgado e um refrigerante!"

Celsão: "Nem todo mundo comemora, os mais pobres não... Dar algo a alguém, para quem não tem, pois nem todos são felizes."

Zuzu: "Passar junto!"

Sílvia: "Aprender a ser feliz com a gente mesmo!"

E assim, com estas estratégias e votos, nos despedimos até a festa de Natal, no dia 15 de dezembro, nesse mesmo CAPS!

Algumas músicas que nos lembram da data: