Iniciamos mais uma manhã em que discutimos diversos temas para poder escrever aqui: entre a igualdade de gêneros, o esforço dos funcionários da saúde e "o ter e o ser", escolhemos a igualdade de gêneros ("A dominação das mulheres")
Como aquecimento, Elvira leu um trecho da coluna de Maurício Zomignani, Assistente Social, que falava sobre as formas de viver, e questionava: -Viver mais ou viver melhor?
Alfredo trouxe o tema para falar que a quantidade de lugares no mercado de trabalho para as mulheres tem crescido, e conversou-se sobre o empoderamento feminino ao longo dos anos e constatou-se que, apesar das vagas estarem crescendo, a diferença de salários permanece.
Passamos então a conversar sobre machismo e feminismo e todos quiseram opinar. Quanto ao que era o machismo, discutimos:
Manoel: "É a pessoa ser dura, rígida."
Ana Luiza: "Machismo são os homens que não aceitam que a mulher goze."
Elvira: "Existem rituais na África para esterilizarem as mulheres. Para mim, o machismo é quando o homem tem o papel de provedor e decisório, além de restritivo. As tarefas domésticas, coisas de homem e coisas de mulher também fazem parte dessa questão."
Radyr e Maisa concordaram em dizer que o machismo é simplesmente a dominação do sexo masculino na sociedade.
Rontauzer: "Prefiro os direitos iguais."
Quanto ao feminismo, conversamos:
Marcelo Damião: "É a mesma coisa, só que da mulher."
Elvira: "É um movimento contra essa história de dominação, lembram-se de quando queimaram os sutiãs nos Estados Unidos?"
Victor: "Em contrapartida, o feminismo não tem o objetivo de uma dominação feminina, mas sim de assegurar a igualdade de gêneros."
Ana Luiza relembrou a questão dos salários, onde homens e mulheres que trabalham na mesma função recebem rendimentos diferentes.
Elvira e Ana Luiza trouxeram que as diferenças ocorrem desde a infância, traçando estereótipos para ambos os sexos: para os meninos, o azul, a força, e os bonecos de guerra e para as meninas, a boneca-filha, o brincar de casinha, o fogão e a cor rosa. Conversamos também sobre a educação que recebemos quando crianças: aos meninos, o orgulho de seu "piupiu", a experiência e incentivo ao contato com o corpo, e às meninas, a vergonha e o impedimento desse contato.
Victor: "Nós fazemos isso todos os dias, sem perceber, sinal de como isso está na raiz profunda de nossa cultura."
Elvira falou sobre o estupro e a pouca importância que é dada ao assédio, e que essa cultura favorece que permaneça como está, produzindo violência. "O que acontece hoje é que se a mulher anda de roupas curtas, a culpa de ser estuprada é dela."
Discutimos o fato de que no Rio de Janeiro existem vagões só para mulheres, e vários participantes disseram que a educação é fundamental.
Alfredo e Marcelo falaram sobre o anticoncepcional feminino e masculino, além de vasectomia. E o assunto passou a ser direcionado ao sexo, incluindo impotência, gravidez, adoção e importância de cuidado com a saúde do homem e da mulher.
Rontauzer: Eu sofri bastante por não conseguir ter relações, devido ao efeito do remédio.
Fomos ampliando a discussão sobre as diferenças entre os gêneros com a questão: O que se fala quando um homem não consegue ter relações? E quando uma mulher não consegue?
Homem - "Impotente", vergonha por não conseguir, tristeza, derrotado, infértil. Pode levar à "ansiedade e depressão".
Mulher - "Frígida", "Ainda tem as preliminares", "fria", "de Chico", "ela finge, para não encher o saco".
"O homem, em geral, não consegue e a mulher, não quer, não tem prazer" - o grupo se percebeu falando dessa forma.
Conseguimos a levantar soluções para essas questões: o diálogo, o respeito com o outro, sinceridade, a cumplicidade e expor as fragilidades. Alfredo e Manoel concordaram em que o assunto, polêmico, desperta a vergonha ao conversar.
Rontauzer: "Tem de rolar a química."
O espaço de troca, o encontro é o que cria novas subjetividades, temos de falar sobre esses assuntos, para quebrar as barreiras de fato!
Decidimos que vamos continuar a conversar esse assunto na próxima semana, com matérias, reportagens e trechos de livros.
Muito boas reflexões. Infelizmente ainda existe muito machismo na nossa sociedade. Mas acredito que com as pequenas ações no dia a dia, procurando prestar atenção nas atitudes muitas vezes "automáticas", podemos tentar romper com isso, aos poucos...
ResponderExcluirSobre as outras questões relacionadas à sexualidade acho também importante pensar, lembrar, poder falar. Que bacana que esse espaço possibilite essa troca!!
O assunto machismo X feminismo é instigante e inesgotável. As colocações dos participantes foram muito oportunas. Sempre defendi direitos iguais para homens e mulheres, e tive a sorte de contar com um pai e com companheiros que dividiam as tarefas com a minha mãe e comigo. O título do post é muito sugestivo. Estou curiosa para acompanhar a continuidade dessa rica discussão.
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